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Visto de trabalho no Chile – sobre AFP e Isapre

Estou no Chile há 2 meses, tenho um visto de trabalho mediante a contrato.

Isso basicamente significa que meu visto está vinculado ao meu contrato. Se o contrato é quebrado, o visto é cancelado. Bem, vou falar sobre visto e todo o trâmite que eu tive que fazer para conseguir em outro post.

Depois de ter o visto, chegar no Chile, fazer todos os trâmites junto à PDI – Policía de Investigaciones de Chile, conseguir seu RUT, é hora de iniciar os trâmites na empresa.

Assim como no Brasil, as empresas no Chile tem contabilidades para cuidar de assuntos legais. A contadora da empresa em que eu trabalho me procurou para assinar o novo contrato de trabalho, que só difere do original que eu apresentei para conseguir o visto pois menciona a data em que eu comecei a trabalhar e o meu RUT ID, que é o RG Chileno.

Com o novo contrato em mãos, ela me pediu para me dirigir à uma sucursal da AFP Habitat para fazer minha inscrição. Pelo que entendi a AFP é quem recebe e controla aquela graninha que a empresa é obrigada a pagar para o governo para nos garantir a uma terceira idade “feliz”.

Eu sinceramente nunca entendi direito como isso funciona no Brasil mas no Chile eu sei como funciona na prática. Quando eu for embora do Chile eu resgato essa grana e coloco na “cueca do Gabriel” para não ter que pagar 30% de imposto quando entrar no Brasil com ela. 😉

Quando eu fui na AFP Habitat sucursal Providencia o senhor do Centro de Atencion me disse que eu teria que ir à AFP Modelo pois as inscrições são feitas por lá.

Só que, chegando lá eu descobri que não podia fazer minha inscrição pois meu contrato tinha data anterior à 1 de Julho de 2010. Ou seja, voltei à AFP Providencia e o trâmite tinha que ser feito por lá mesmo.

Dica: Se a contabilidade te manda ir à AFP, liguei lá e confirme que você tem todos os documentos necessários e as datas são válidas para a unidade que você está procurando. Eu precisei do contrato de trabalho, passaporte, RUT e comprovante de pagamento do salário.

Agora, tem outra coisa que a contabilidade pode não te explicar, o tal Isapre. Esse aí é outra graninha que a empresa paga todo mês pela sua saúde. No Chile isso é obrigatório  e é um percentual do seu salário.

O que acontece é, a grana vai pro governo, o que te permite usar hospitais públicos. Se você quer um particular, o que me parece recomendável, você escolhe um plano de saúde, fecha o contrato e avisa a contabilidade. Aí, aquela graninha que ia pro governo vai para o plano de saúde. Se o plano é mais caro do que a grana que a empresa paga, a empresa desconta do seu salário, se é inferior eu não faço a mínima idéia 😉

Bem, essa semana eu vou atrás do meu Isapre (plano de saúde) e posto aqui o que encontrei e minhas considerações.

Espero ajudar algumas pessoas com essas dicas, é BEM difícil conseguir algumas informações por aqui. Isso tudo é um grande quebra-cabeça que eu estou montando sozinha.

beijos

A dança dos estrangeiros

Eu já tinha ouvido sobre isso de amigos brasileiros que moram fora do país.

Eu já tinha experimentado isso quando passei 1 mês em Santiago no Chile.

Eu já tinha suspeitado de como isso funcionava mas hoje, depois de 3 meses morando em Santiago tudo fica mais claro. Para explicar, eu vou chamar de “A quadrilha dos gringos”.  Veja, refiro-me à dança folclórica que nós brasileiros costumamos dançar em festas juninas. Não confunda com um monte de pessoas praticando atos ilícitos.

Meu amigo Raul, um catarinense que mora na Alemanha desde 2005 resumiu de uma forma incrível:

“As pessoas vão se dividir em nativos e estrangeiros, não importa a nacionalidade dos estrangeiros.

O nativo cuida da sua própria vida e se importa, geralmente, pouco com o estrangeiro. Ele fala contigo mas não vai te levar”.

Pode parecer frio ou rude, pra mim faz muito sentido. Pense bem, o nativo tem a família, os amigos que ele escolheu ao longo da vida. O estrangeiro tem apenas própria vida. O que faz com que ambos tenham necessidades distintas.

Uma das coisas mais difíceis de morar fora do meu país é não ter ninguém. Por outro lado, é exatamente por isso que você passa a viver uma vida um pouco diferente, se conhecer melhor e respeitar mais as diferenças.

Falando sobre isso com 2 amigas da Inglaterra que moram no Chile, uma delas disse: “No Chile eu tenho alguns amigos que de forma alguma seriam meus amigos no meu país”. Você pode pensar novamente “nossa que rude” mas não é.

Ao longo da vida você cultiva as amizades que mais combinam com você, as que gostam das mesmas coisas que você. Quando você mora em um outro país você se permite fazer coisas que normalmente não lhe fazem falta em sua cidade natal como andar no parque, ir para a balada frequentemente, frequentar bares, entre outros.

A grande sacada é que uma vez morando em outra cidade, você passa a observar mais as coisas e pessoas, você estende o limite do que você não pode suportar.

Por exemplo, eu não lembro quando foi a última vez que andei de metrô em São Paulo. Ônibus, nos últimos 3 anos só lembro de ter usado quando precisava levar ou buscar meu carro na concessionária para revisão. Já em Santiago eu uso metro todos os dias e estou muito feliz com isso. Ir ao parque em São Paulo? Só fui no Ibirapuera umas 2 vezes nos últimos 3 anos para andar de bicicleta e me arrependi. Aqui já visitei vários, vou mais à bares e restaurantes, até de balada eu sinto falta. Ontem me peguei sentada em um banco de rua observando as pessoas.

As necessidades mudam. Hoje eu quero  (e preciso) explorar, conhecer pessoas, aprender mais sobre o lugar, me ocupar. Em casa, São Paulo, eu tinha os fins de semana cheio de almoços e jantares na casa de parentes e amigos.  Como em outro país não existe esse “amigos e família”, o estrangeiro vai buscar laços que o permitam interagir, sair, se divertir

No fim, todos estrangeiros procuram a mesma coisa, pessoas que estejam disposta a dividir o tempo com eles. Aí é que a partilha começa.

“Atenção que a dança vai começar, nativos para um lado, estrangeiros para o outro”.

Gabriel em terras chilenas

Sexta-feira, 25 de junho de 2010 às 22:30 horas, horário de Santiago, o Gabriel chegou no nosso apartamento em Santiago, Chile. Não preciso nem dizer o quanto fiquei feliz.

Fomos jantar empanadas em um restaurante perto de casa.

No dia seguinte fomos ao Café Melba que de chileno não tem nada. É um Café onde se pode comer um verdadeiro americano, inglês ou neo-zeolandês café da manhã.

Eu, como de costume fui de “Coisitas Francesas“, pão, abacaxi, banana e bacon com calda doce e canela acompanhado de ovos mexidos. Já o Biel escolheu uma prato chamado Top.

Depois, passeamos pelo centro da cidade atrás de meias de polar, touca, luvas e casaco para ele. Como andamos, andamos, andamos e não compramos nada, fomos ao Shopping Parque Arauco. Na verdade, o que eu queria era mostrar para ele as opções de lojas e lugares onde ele pode sair para comprar o que quer que ele precise, já que Santiago está cada dia mais congelante.

E por falar em congelante, estávamos planejando nosso dia nos Andes para ver pela primeira vez a neve e esquiar.

PS: Jantamos no Friday’s, um restaurante americano e temos uma pergunta para o Júnior: “Júnior, esse lanche é grande o suficiente para você ou você ainda acha que pode encontrar maior?

Aqui estão todas as outras fotos.

Lar doce lar

Depois de 5 semanas fora do Chile, voltei na segunda-feira 21 de junho de 2010 para ficar.

Passei uma semana no Brasil empacotando minhas coisas. Depois fui para os Estados Unidos, trabalhei 2 semanas no escritório de Jacksonville – Flórida e estive uma semana em Bartimore – Maryland em uma conferência de Ruby on Rails (coisa de computador). Depois, voltei para o Brasil onde fiquei uma semana finalizando todas as pendências para finalmente me mudar para Santiago, Chile.

Ontem eu fechei o contrato de aluguel de um apartamento em Santiago e já me mudei, a sensação de dormir na ‘minha’ casa em Santiago é muito boa.

Aluguei um apartamento há 3 quarteirões da estação de metrô Manuel Montt. O bairro aqui é conhecido como Providência e conta com muitos restaurantes, bares e comércio. É um lugar bem movimentado e seguro.

O apartamento não é muito grande mas é bastante aconchegante. Estou no 14º andar, o que me proporciona uma linda vista para o Cerro San Crístobal e para o Andes.

Por enquanto o apartamento é de apenas 1 dormitório, não tive tempo de procurar um bom custo x benefício para um apartamento de 2 dormitório.

Estou muito feliz com o meu novo lar. Aliás, o nosso novo lar já que o Gabriel chega em Santiago na sexta-feira. Ebaaaaa!

E por em Gabriel em Santiago, estamos planejando esquiar no domingo. E, já que segunda-feira é feriado no Chile, quem sabe esquiar na segunda também.

Besos,

Hasta la vista, baby!

Oi família,

Estou no aeroporto de Santiago (SCL) esperando para embarcar para São Paulo (GRU). UHU!

Meu voo chega em São Paulo (Guarulhos) às 17:25 horas, horário de Brasília.

Santiago, te vejo em 22 de junho!

Feliz Dia das Mães

Hoje é um muito especial, é o Dia das Mães.

Estou no Chile e toda minha família, incluindo minha mãe está no Brasil. Isso não torna a estadia no Chile ruim mas faz o dia perde um pouco o brilho pois eu não posso abraçar a mulher mais importante da minha vida, a minha mãe.

Este dia é muito especial para minha pois eu tenho muitas mães. Aliás, eu já nasci com 3. 😀

Minha primeira mãe é aquela que me gerou, me aguentou 9 meses na barriga, engordou mais de 10 quilos por minha culpa, sentiu a dor do parto para me colocar no mundo, sofreu quando o médico disse que eu podia não ter muitas horas de vida, trabalhou duro para me educar nos melhores colégios que ela podia pagar, me trazia guloseimas quase todos os dias quando voltava do trabalho, planejava minhas festas minuciosamente e decorava de um jeito que todo mundo queria igual, me comprou uma Caloi Ceci rosa, comprou castelos e cavalos da She-Ha, casas e carros da Barbie, lousa mágica, lego, boneca patinadora, boneca que fazia bolhinha de sabão, batia palmas, cachorros que dava cambalhota, pense bem e uma infinidade de outros brinquedos. Se dobrou em 2, 3 ou 4 para estar presente, me educar, me acompanhar crescer e me apoia hoje nesse meu desafio de morar no Chile mesmo sabendo que isso signifique ficar longe de mim grande parte do ano. Te amo mamy.

Como eu disse, eu já nasci com 3 mães. A segunda e terceira ocupam na verdade o mesmo lugar em importância e amor. Vou descrevê-las em ordem alfabética para não gerar ciúmes de ambas as partes.
Uma é a mãe da minha mãe, minha querida  Vó Margarida. Um senhora muito simpática que me viu crescer, morou sempre há poucos metros da minha casa e sempre esteve lá, mimando meu irmão e eu. Ela que todo mês quando ia ao banco buscar a aposentadoria me comprava um monte de bala de canela e é a responsável pelas melhores tardes de domingo da minha vida, ou seja, quando eu vou para a casa dela e ela faz o melhor bolinho de chuva do mundo com bastante canela e açúcar e prepara o meu café com leite.
A outra é a mãe do meu pai, minha Vó Maria, uma baixinha bem esquentada com um coração enorme e uma aptidão incrível para cozinhar. É ela quem faz o melhor arroz com feijão e frango cozinho que alguém pode imaginar. Estar na casa dela no almoço de domingo é uma dádiva. Foi ao lado dela que eu passei grande parte do mês de janeiro, fevereiro e março quando estava  sem trabalhar em São Paulo. Eu ia lá de manhã, almoçava com ela e no meio da tarde a gente assistia “Vale a pena ver denovo” na Globo. Ou melhor, eu assistia e ela dormia.

Eu amo as minhas velhinhas.

Eu sou uma pessoa de muita sorte e minhas mães não acabaram por aí.

Poucos dias depois de eu nascer eu já ganhei mais 2. A tia Nenê e a tia Rita, foram elas que compartilharam comigo o leite dos meus primos Michele e Paulo quando eu rejeitei o leite da minha mãe. Elas têm grande participação no meu processo de crescimento graças ao leite que elas me deram. Amo vocês.

Eu tenho também uma mãezona que no fundo é mãe de todas as minhas primas e primos, a tia Vaninha. Ela tem apenas 10 anos mais do que eu mas se preocupa tanto com a gente que às vezes chega a se preocupar mais que nossas próprias mães. Te amo tia.

Como se não bastasse ainda tenho uma outra mãe, a que me emprestou o primeiro vestido que eu usei na adolescência, a tia Dora. Te amo tia.

Cansou? Ainda tem mais.

Um dia eu conheci o Gabriel, e o número só aumentou.

Eu ganhei a mãe do Biel, a Claudete. Uma sogra super legal que me entende quando eu preciso de um cobertor para assistir um filme na sala da casa dela. Uma pessoa muito especial que eu aprendi a amar ao longo desses 5 anos que namoro Biel. Te amo mãe.

E claro, ganhei as avós dele. A Vó Diva que é uma avó super antenada que assiste séries americanas e acompanha Lost. E ta Vó Maria, que sempre me faz chorar pois é muito chorona. Às vezes eu fico na dúvida se eu não sou neta dela de sangue, já que eu também choro com facilidade. Ah, ela faz guslemen ou seja lá como escreve isso e é muito gostoso. Amo vocês.

Tem também a Ná, minha cunhada querida que, embora tenha apenas 1 ano mais do que eu, às vezes eu considero uma mãe. É na educação que ela dá para a Julinha que eu inspiro meu futuro como mãe. Ná, te amo.

Sem contar a Bete, a mãe de todos os sobrinhos, que mima todos eles até depois de grande. Ela tem um coração enorme e se preocupa com todos nós como mãe. Tem a tia Léa que vibra com todos os meus posts. E a tia Cleide que fica super preocupada com essa minha idéia de morar tão longe. Amo vocês.

E por último só por uma questão cronológica tem minha prima Andreza, recém mãe do menino mais lindo do mundo, meu “quase” afilhado, Breno. E a Paloma, que estava com a barriga parecendo que engoliu uma melancia esperando o Yuri. Amo vocês.

O que eu penso é exatamente isso, ser mais é mais do que gerar ou criar uma pessoa. É viver mãe, é amar incondicionamente, dar carinho e atenção, é proteger como a coisa mais valiosa do mundo.

Amo todas vocês, eu gostaria que todas as pessoas pudessem ser abençoadas como eu sou por ter todas vocês na minha vida.

O que eu mais desejo para vocês nesse dia tão especial é saúde. Saúde para poder aproveitar muitos anos de vida e para vir me visitar no Chile.

Amo vocês,

Tata

Escada de piano no metro de Santiago

Na semana passada eu descobri que estava no metrô de Santiago um projeto para incentivar as pessoas a usarem as escadas ao invés das escadas rolantes nas saídas das estações de metrô.

Meses atrás eu vi o mesmo projeto em Stockholm a e fiquei super curiosa em ver de perto. Desejo concedido, nesta semana a escada estará em uma estação bem perto da minha casa em Santiago.

Vou tentar filmar a escada quando estiver lá, mas segue um vídeo do projeto para quem não sabe do que se trata:

A propósito, eu sempre uso as escadas mesmo sem piano, faça o mesmo. 😉

Eu adoraria a ter a lei Antifumo em Santiago

Fato: Eu odeio cigarro. A fumaça do cigarro me dá crise de rinite e sinusite, estraga minha lente de contato e me deixa cheirando ruim.

Eu não me importo que as pessoas fumem, e sim com a fumaça que elas geram.

Hoje mesmo eu deixei de sair por causa de cigarro. A menina com quem eu moro foi para um bar, eles fazem o melhor lanche que eu já comi em Santiago. Eu adoraria jantar por lá mas hoje eu não estava com vontade de voltar pra casa cheirando cinzeiro.

Algumas vezes eu não me importo com cigarro, com fumaça do cigarro ou em ter que chegar em casa e colocar toda a roupa para lavar por causa do cheiro, só que hoje não dava. Estou doente, há 3 dias estou sentindo a garganta arranhar, tenho tosse, espirros e vez ou outra minha cabeça dói, o que deve ser a sinusite. Aguentar cigarro no meu rosto, hoje não.

Eu adoraria ver uma placa como esta nos estabelecimentos de Santiago.

Eu deveria gostar da água da torneira

Eu vivo gastando dinheiro com garrafas de água em Santiago.

Embora tenham me dito que a água da torneira é potável eu não gostei do sabor. Eu sinto um sabor doce na água, não refresca. Ontem, conversando com uma chilena descobri qual o “problema” da água: ela tem Flúor.

Pelo que entendi, no passado as crianças chilenas tinham muitos problemas com os dentes. Para reverter esse quadro o governo tomou uma série de medidas, entre elas, adicionar flúor na água.

Considerando isso, eu deveria tomar água da torneira: é mais barata e faz bem para os dentes. 😀

Frio, onde?

Como se não bastasse ter que dar sorte para encontrar água quente no chuveiro, o aquecedor que temos na sala do apartamento não funciona.

Eu estava congelando no sofá e resolvi tentar um banho quente, consegui. Sai e coloquei meu pijama de polar (esse é o nome que os chilenos dão ao tecido do meu pijama que parece um coberto), uma meião de lã, uma meia de polar, cachicol, touca e luva com os dedinhos de fora para poder digitar. 😀

Agora eu pergunto: “Frio, onde?”